quinta-feira, 4 de setembro de 2008

2. FINALIDADES DO PROJETO POLÍTICO DIDÁTICO PEDAGÓGICO DO CURSO DE CIÊNCIAS ECONÔMICAS: UM CURSO ABERTO A COMPREENSÃO E ATUAÇÃO SOBRE A REALIDADE BRASILEIRA.

2.1 Resgate Histórico sobre a profissão e os princípios gerais do PPDP

Historicamente, a função do economista é realizar a ligação entre o ambiente de atuação e as transformações e tendências da economia brasileira/mundial. No passado, o bacharel em economia gozava de grande prestígio tanto no meio público – coordenando órgãos governamentais, realizando planejamento econômico em secretarias federais – como no setor privado – através de consultorias, administração e projetos, associando as necessidades da empresa às transformações da economia brasileira.

Era imperativo que a graduação do economista se realizasse atendendo ao estudo da formação da economia brasileira e dos seus impasses. Para tanto, um rico mapeamento das condições nacionais requeria um estudo plural e eqüitativo das principais escolas de interpretação, aliando estudos teóricos às intervenções práticas e embasadas.

Com a ascensão do pensamento único nos anos 90, o ensino de economia passou por uma crise curricular. A crença no desempenho autoregulado do mercado tanto na esfera privada quanto na pública deslocou o principal locus de atuação do economista: o planejamento e percepção conjuntural. Os cursos de economia se adequaram às transformações da economia mundial de uma maneira conservadora, limitando o conteúdo próprio da teoria econômica e especializando as graduações de economia em áreas como administração, contabilidade e engenharia. A Associação Nacional de Graduação em Economia esclarece esse período:

‘’Durante a crise da profissão nos anos 90, muitos economistas chegaram a pensar que o melhor que se poderia fazer era se transformarem em administradores de empresas, ou mesmo contadores. Outro grupo dirigiu-se para as engenharias, tentando transformar a ciência econômica em ciência exata, como forma de conquistar alguma credibilidade ‘’científica’’, muitas vezes afastando-a de sua condição de ciência social e política (e por vezes da própria realidade concreta), esquecendo-se justamente daquilo que a Ciência Econômica possui de diferencial, do que lhe dá corpo e a torna uma ciência específica.
Assim é chegada a hora de recuperar o que a Economia enquanto ciência e enquanto profissão tem de especifico, rico e útil para a sociedade. Talvez seja a única forma de recuperar seu papel e, dessa forma, mostrar à sociedade e aos alunos sua importância.’’(ANGE, 2006. p. 06)

Recuperar o prestígio e o diferencial da profissão requer um estudo profundo sobre a realidade brasileira. Dessa forma, o economista estará capacitado a desenvolver sua habilidade peculiar: a capacidade de intervenção no processo de tomada de decisão. O curso de Ciências Econômicas da Universidade Federal de Santa Catarina, através deste Projeto Político Pedagógico, apresenta como linha política o ensino voltado à compreensão e atuação sobre a realidade brasileira.

Dito isto, o curso de Ciências Econômicas da UFSC persegue as seguintes finalidades: i) Formação geral e básica de economistas de acordo com o perfil do curso; ii) o comprometimento institucional com as exigências de intervenção sobre o contexto nacional, através de práticas de pesquisa científica e da extensão, elementos fundamentais para a real compreensão do sentido de Formação Universitária.

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