quinta-feira, 28 de maio de 2009

Coordenador do Curso faz reunião de Colegiado a portas trancadas (!)

Na tarde desta quarta-feira, dia 27, o Colegiado do Curso de Ciências Econômicas iria deliberar sobre o futuro do nosso curso, ao colocar sob a apreciação dos membros o projeto-esboço de reforma curricular elaborado pelos professores. Não é apenas legítimo que as pessoas que terão seus futuros diretamente afetados por essa decisão queiram acompanhá-la, como a própria Constituição Federal garante que os atos da administração pública devem obedecer ao princípio da publicidade. Pois bem, como um ato não se resume ao seu momento acabado, isto é, a uma ata de reunião, os estudantes exigiram o cumprimento de seu direito de assistir ao ato em processo, à reunião propriamente dita. A maioria dos professores que compõe o Colegiado do Curso alegou sentir-se constrangida pela presença dos estudantes. Mas aí fica a pergunta: constrangimento de que? De aprovar uma reforma que não resolve as insuficiências do curso? De legitimar uma reforma construída sem a efetiva participação estudantil? Ou será que os professores estavam constrangidos porque alguns membros do Colegiado sequer tinham recebido e lido a proposta de reforma, isto é, deliberariam cegamente acerca do seu futuro, estudante? O representante do Conselho Regional de Economia atestou publicamente que desconhecia o projeto, mas, como membro titular do Colegiado, seu voto estava garantido. Além disso, o que até terça-feira era apenas um esboço de projeto tampouco foi enviado ao professor Waldir Rampinelli e aos representantes discentes. Certamente constrangidos com suas próprias consciências, os membros do Colegiado decidiram cancelar a reunião.

Já que o prazo final que os professores estabeleceram para a aprovação da reforma encerrou-se nesta quinta-feira, dia 28, os estudantes clamam para que não mais a falta de tempo determine os rumos da construção de um novo curso, mas o comprometimento sério de professores e estudantes. Estabeleçamos um cronograma de debates sobre os pontos fundamentais para a construção de um novo curso (os métodos avaliativos e pedagógicos, as ementas das disciplinas, o material didático utilizado nas aulas, a oferta de disciplinas optativas, o planejamento das saídas a campo); escutemos também os ex-alunos, os representantes de órgãos públicos e da iniciativa privada. Se essa reforma não for capaz de trazer o movimento real da sociedade para dentro da sala de aula, será a própria sala de aula que irá rejeitá-la, pois apenas perpetuará as insuficiências atuais do curso. Continuaremos sem saber explicar a origem de uma crise econômica! Teremos um diploma nas mãos e uma formação historicamente superada nas costas. O filósofo Kant nos deixa um recado precioso para o momento em que vivemos:

"Uma época não pode se aliar e conjurar para colocar a seguinte em um estado em que se torna impossível para esta ampliar seus conhecimentos (particularmente os mais imediatos), purificar-se dos erros e avançar mais no caminho do esclarecimento. Isto seria um crime contra a natureza humana, cuja determinação original consiste precisamente neste avanço".

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